VISÃO NA INFÂNCIA

O DESENVOLVIMENTO DA VISÃO NOS BEBÊS.

O sistema visual inicia seu desenvolvimento ainda na fase pré-natal. Com cerca de 6 semanas de gestação as estruturas oculares e a diferenciação do cérebro estão relativamente bem desenvolvidas.

E por isso que os cuidados com os olhos devem começar ainda nesta fase gestacional, pois algumas alterações oculares podem vir a ocorrer, como por exemplo a toxoplasmose e rubéola. Algumas doenças podem ser identificadas e suas consequencias evitadas quando as orientações médicas do pré-natal são seguidas corretamente.

A visão é um fenômeno complexo e exige uma perfeita harmonia entre diferentes partes do nosso corpo. Alem dos nossos olhos, nossas vias ópticas e funções cerebrais devem estar saudáveis para que possamos enxergar e sermos capazes de interpretar e formar imagens. Além da integridade anatômica do nosso sistema visual, ele precisa ser estimulado para que seu desenvolvimento ocorra. Ao nascermos ainda não sabemos como enxergar, pois assim como aprendemos a falar, enxergar também exige um processo de aprendizagem.

Veja como se comporta a visão de um bebê nas diferentes fases da vida:

A visão do bebê

1º Mês

2º Mês

3º Mês

6º Mês

5 a 7 anos

A maturação do sistema visual continua ocorrendo até o oitavo ou décimo ano de vidada criança, quando sua capacidade de enxergar atinge a mesma capacidade de um adulto.

Os cinco primeiros anos de vida são os mais importantes pois qualquer condição que dificulte a formação de uma boa imagem, se não identificada e tratada, poderá comprometer o desenvolvimento da visão. Estas condições podem ser catarata congênita, glaucoma congênito, ptose (queda da pálpebra), os estrabismos (“olhos vesgos”) e as anisometropias (diferença de “grau” entre os dois olhos).

A detecção de qualquer destas condições exige que o tratamento seja iniciado de imediato para possibilitar o bom desenvolvimento da visão. Se isso não ocorrer a tempo a visão poderá não se desenvolver corretamente e ocasionando uma deficiência visual chamada ambliopia.

AMBLIOPIA é o termo utilizado para descrever um quadro de limitação da visão devido a uma falha no desenvolvimento da visão nos primeiros anos de vida. E pode ser irreversível se a causa não for identificada e eliminada a tempo.

A avaliação do desenvolvimento da visão da criança em relação à sua idade é competência de um profissional da área. Só o médico oftalmologista tem conhecimento e vivência para julgar se a criança está apresentando ou não uma visão sensório-motora adequada.

Qual a idade para levar uma criança a um oftalmologista?

O primeiro exame oftalmológico deve ser realizado ainda no berçário, pelo pediatra, ou então nos primeiros meses de vida da criança por um oftalmologista (exames conhecidos como TESTE DO OLHINHO ou Teste do Reflexo Vermelho).  Após esse período e de acordo com a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica é indicado o acompanhamento e a realização do exame a cada 6 meses durante os primeiros dois anos de vida. A partir do terceiro ano de vida o acompanhamento oftalmológico passa a ser anual.

Alguns marcos do desenvolvimento da visão em diferentes fases da vida do bebê:

Ao nascer:

  • Reação da pupila à luz já está presente
  • Fechamento das pálpebras como resposta à luz forte
  • Abertura espontânea
  • Enxerga formas desfocadas e a acuidade visual é muito baixa
  • Consegue identificar rostos e objetos que fiquem de 20 a 30 centímetros de distância dos seus olhos. O rosto da mamãe é uma grande atração.
  • É comum nesse período os olhos ficarem bem desalinhados de vez em quando (aspecto semelhante ao estrabismo)
  • O tamanho do olho equivale a 70% o tamanho do olho de um adulto

1 a 2 semanas

  • Fixação rudimentar dos objetos (pode ser com só um dos olhos)

2 a 4 semanas

  • Reação pupilar à luz bem desenvolvida
  • Início da elevação do globo ocular
  • Distinção de um objeto móvel

1 mês

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  • A visão é borrada como no nascimento, porém o contraste é melhor.

2 meses

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  • Alcance de visão do bebê aumenta para cerca de 50 centímetros
  • Fixa o olhar
  • Foca objetos
  • Tenta acompanhar movimentos.

3 meses

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  • Progresso na percepção de cores, contraste e nitidez
  • Imagens são menos desfocadas
  • Está cada vez mais capaz de seguir objetos e pessoas.
  • Possui 1/3 do campo visual do adulto

4 meses

  • Consegue reconhecer pessoas
  • Associação entre a visão central e os movimentos manuais (conseguindo assim pegar objetos próximos)
  • Visão binocular presente
  • Acomodação bem desenvolvida

6 meses

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  • Capaz de fixar um objeto e mudar de fixação voluntariamente. Inclina a cabeça para olhar.
  • Interesse por cores vivas e contrastantes cada vez maior
  • Visão próxima a de um adulto.
  • Pigmentação da íris bem desenvolvida
  • Binocularidade bem desenvolvida
  • Associações óticas, tácteis, auditivas e gustativas

12 meses

  • Aproximadamente 50%da visão do adulto
  • Tamanho do olho equivale a 95% do tamanho do olho de um adulto
  • Discrimina objetos
  • Visão de formas, e distancias

2 anos

  • Imita traços
  • Nervo ótico completamente mielinizado
  • Coordenação olho-mão bem desenvolvida

4 anos

  • Aproximadamente 70% da visão do adulto

5 a 7 anos

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  • Visão igual à do adulto

A cor dos olhos do bebê

Quando falamos da cor dos nossos olhos, na verdade estamos falando da cor da íris.

Nos primeiros dias de vida a cor dos olhos do bebê não é bem definida e comumente apesenta com a cor cinza escuro. Pois a quantidade de pigmento na íris ainda é reduzida no bebe recém-nascido.

À medida que o tempo passa, a cor dos olhos tende a se firmar entre as cores azul, verde ou castanha. Somente por volta dos 6 meses de idade é que saberemos a cor definitiva dos olhos.

Na estrutura da íris existem fundamentalmente duas camadas, o Epitélio e o Estroma.

  • Epitélio:
    camada posterior que é muito pigmentada em todas as pessoas e que serve para filtrar a entrada da luz no olho.
  • Estroma:
    camada anterior em que a quantidade de pigmento varia de pessoa para pessoa.

Essa variação na quantidade do pigmento no Estroma é que confere a cor aos nossos olhos.

Após a infância e já com a cor definitiva dos olhos definida, determinadas doenças como uveítes ou o uso de determinados medicamentos podem ocasionar alterações na cor dos olhos.